sábado, 18 de dezembro de 2010

Acordei tão Bossa Nova...




Na madrugada de hoje teve especial do Chico Buarque no Som Brasil. Infelizmente, o que eu esperava não aconteceu. Cadê o Chico? E nada. Eu, louca pra contemplar aqueles olhos de mar e sorriso de luz, sentir aquela voz mansa brincar de bailar nos meus ouvidos, fui dormir desapontada. Mas tudo bem. Vi a Miúcha. E, olha. Lembrei de uma coisa. Do quarteto, lindo e inesquecível: Tom, Toquinho, Miúcha e Vinicius, ao vivo no Canecão. A primeira vez que ouvi esse disco, há dez anos atrás, foi ao lado do meu pai. Tarde em Itapuã me encantou. Cantei, sem enjoar e sem parar, por uns quatro meses. Entender a letra não tinha tanta importância para uma criança que, com a leveza da melodia, se sentia vadiando com um velho calção de banho num dia de arco-íris no ar. Hoje tudo me parece tão vazio, concluo. Sem samba, sem poesia e sem violão. Sem Tom, sem Vinicius, sem Nara, sem Baden Powell e, futuramente, sem tantos outros que ainda sustentam e alimentam a nossa música. De fato, a Bossa Nova nunca mais será o que já foi um dia, num tempo em que o mundo era mais humano e o Brasil, mais brasileiro.




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